Bolsonaro chora em último pronunciamento como presidente
Bolsonaro se emocionou e falou que tentou impedir posse de Lula "dentro das quatro linhas da Constituição", mas não teve apoio
O presidente Jair Bolsonaro (PL) fez seu último pronunciamento enquanto chefe do Executivo na manhã desta sexta-feira (30). Durante a fala, ele se emocionou e chegou a chorar enquanto fazia um balaço dos quatro anos de mandato. Além disso, ele criticou a tentativa de explosão de um caminhão-tanque na véspera de Natal, que classificou como ato terrorista.
A fala foi transmitida em formato de live, assim como tantas outras que ele fez ao longo dos últimos anos. Assista na íntegra.
“Nada justifica, aqui em Brasília, essa tentativa de um ato terrorista, aqui na região do aeroporto de Brasília”, afirmou o presidente a dois dias de deixar o mandato. “Nada justifica. Um elemento, que foi pego, graças a Deus, com ideias que não coadunam com qualquer cidadã Nada justifica atos terroristas”.
Ainda sem assumir a derrota, Bolsonaro disse que tentou “dentro das quatro linhas da Constituição” impedir que o presidente eleito Lula tomasse posse. Contudo, seu tom foi de resignação ao dizer que não conseguiu por falta de apoio. “Está prevista a posse agora no dia 1º de janeiro. Eu busquei dentro das quatro linhas, dentro das leis, respeitando a Constituição, uma saída pra isso aí. Se tinha alternativa, se a gente poderia questionar alguma coisa dentro das quatro linhas”, afirmou.
Ele pediu para que seus apoiadores não desanimassem a partir de 1º de janeiro. Apesar disso, frisou que não tem qualquer participação com os acampamentos feitos em frente a batalhões do Exército espalhados pelo Brasil.
O presidente citou o Congresso mais conservador e disse que o novo governo já vai começar “capenga” por causa disso. Em seu pronunciamento, Bolsonaro falou que o novo presidente vai ter dificuldades de negociar com o parlamento.
Já em relação ao balanço de seu mandato, Jair Bolsonaro citou alguns feitos ao longo dos últimos quatro anos, citando principalmente os esforços na economia. Apontou a queda no preço dos combustíveis e os avanços econômicos, além de ter voltado a defender o acesso a armas de fogo.
“Vou dizer que fui o melhor presidente do mundo? Não vou dizer. Mas dei meu sangue”, disse.
Jair Bolsonaro deixa o Brasil nesta sexta-feira em direção a Orlando, onde deve passar o ano novo e ficar longe da cerimônia de posse no dia 1º de janeiro. O voo será feito por um avião da Força Aérea Brasileira e a viagem custeada pelo governo brasileiro.